Entidades do setor produtivo fazem ressalva a juros altos
Para CNI, manutenção da Selic inibe recuperação da economia. Firjan diz que decisão é acertada, mas avalia que elevado patamar da taxa impõe sacrifícios à atividade econômica.
Desaceleração inflacionária contribui para resultados positivos
A indústria de transformação fechou o mês de dezembro de 2022 com alta no número de horas trabalhadas na produção, na massa salarial real e no rendimento médio do trabalhador, informou hoje (2), em Brasília, a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados, que constam do boletim Indicadores Industriais, apontam para uma trajetória de crescimento que se consolidou ao longo de 2022.
© CNI/Miguel Ângelo/Direitos reservados
O emprego registrou estabilidade pelo segundo mês consecutivo, reforçando a acomodação do ritmo de crescimento. Já o faturamento real e a utilização da capacidade instalada (UCI) recuaram, embora permaneçam em um patamar elevado.
Segundo o boletim, dos seis indicadores registrados, apenas a UCI teve queda ao longo do ano. Os outros cinco registraram crescimento na comparação anual.
A CNI disse que, entre os principais fatores que contribuíram para esse avanço em 2022, estão a reorganização gradual das cadeias de suprimento, a desaceleração inflacionária e a recuperação do mercado de trabalho, associada à atividade econômica mais aquecida.
“O avanço acontece a despeito das taxas de juros crescentes, que seguem impedindo um avanço mais expressivo da atividade industrial”, disse a CNI.
Em dezembro de 2022, o faturamento real da indústria de transformação recuou 0,4% em relação ao resultado de novembro, na série livre de efeitos sazonais. Apesar da variação negativa no mês, o faturamento permanece no segundo ponto mais alto desde 2015. Na comparação acumulada de janeiro a dezembro de 2022 frente ao mesmo período de 2021, o faturamento anota alta de 2,8%.
Já o número de horas trabalhadas na produção cresceu 0,6% em dezembro de 2022, na comparação com novembro, também na série livre de efeitos sazonais. Na comparação anual, houve crescimento de 2,7% das horas trabalhadas em 2022.
No último mês de 2022, o emprego industrial permaneceu estável pelo segundo mês consecutivo, apresentando uma variação de 0,1% na comparação com novembro. Com o resultado do mês, o emprego encerra 2022 com alta de 1,5% no acumulado de janeiro a dezembro de 2022, frente ao mesmo período de 2021.
Outro indicador, relativo à massa salarial real da indústria de transformação, também cresceu pelo segundo mês consecutivo, com alta de 0,3% na comparação com novembro, na série livre de efeitos sazonais.
“Ao longo de 2022, foram nove altas em 12 meses, o que confere uma trajetória crescente à massa salarial. No acumulado de janeiro a dezembro, o crescimento foi de 3,7%”, explicou a CNI.
O rendimento médio real do trabalhador da indústria apresentou, ao longo do ano de 2022, sete altas em 12 meses, fechando, no acumulado de janeiro a dezembro, com um avanço é de 2,1%. Em dezembro de 2022, o indicador avançou 0,8% em dezembro de 2022, na comparação com novembro, na série livre de efeitos sazonais.
Já a utilização da capacidade instalada recuou 0,6 ponto percentual (pp) em dezembro de 2022 na comparação com novembro.
“Ao longo de 2022, a série apresenta uma tendência de queda gradual, mas, ainda assim, permanece acima do patamar praticado entre 2016 e 2019. Na comparação com dezembro de 2021, o indicador mostra recuo de 2,1 pp”, anunciou a CNI.
Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Brasília / Edição: Kleber Sampaio - 02/02/2023 10:50:11. Última edição: 02/02/2023 10:50:11
Tags: CNI Indústria Inflação Empregos
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