Dívida pública pode alcançar até R$ 6,8 trilhões em 2023
Divulgado pelo Tesouro Nacional, o plano de financiamento, que apresenta metas para a dívida pública para este ano, não traz grandes mudanças em relação a 2022.
Economista explica que a criação de uma moeda comum serviria apenas para transações entre os países com essa política, em parcerias comerciais - mas, na prática, não causaria a mudança da moeda corrente local.
Durante a primeira viagem internacional de seu novo mandato, nesta semana, o presidente Lula assinou acordos de cooperação bilateral com entidades e países vizinhos. Em um dos encontros com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, Lula anunciou a possível criação de uma moeda comum para transações comerciais na América Latina, possivelmente chamada sur.
O professor de Economia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), André Roncaglia, explica que essa moeda serviria apenas para transações entre os países com essa política, em parcerias comerciais. Mas, na prática, não causaria a mudança da moeda corrente local.
"Ela não é pedaço de papel, uma moeda metálica que vai circular na população. Ela é na verdade uma moeda digital, que vai operar no nível dos Bancos Centrais aqui da região. O que isso significa? Que a Argentina, por exemplo, vai ter uma relação com essa moeda - se vier a se chamar de sur ou não, a gente não sabe - (a Argentina) vai poder, por exemplo, participar das operações que envolvem o sur. O que o sur faz é facilitar o financiamento de projetos grandes, que envolvam vários países. Então a moeda única está absolutamente fora de questão aqui na nossa região, porque os países têm que ter algumas similaridades no que diz respeito à política econômica, reservas internacionais…".
Outro ponto que o professor explica é que a utilização da moeda comum facilita as trocas comerciais porque tira a dependência do dólar como moeda dentro do bloco.
"E uma segunda medida muito importante é facilitar o que a gente chama de ajuste de contas externas. Isso facilita as trocas porque faz com que os países não tenham mais que usar dólar nas operações dentro do bloco. Por isso que ela é idealizada como uma moeda que a gente chama de reserva internacional porque ela não vai circular efetivamente, mas ela serve para trocas comerciais. Se ela for aceita por parte de outros blocos, de outros países, aí sim ela tem então um adicional em termos de facilitação do comércio, que fortalece a região".
O especialista também destaca a tão falada integração e o fortalecimento regional, pelo desenvolvimento da América do Sul ou da América Latina.
"O projeto de integração busca fortalecer economicamente a região e também propiciar o investimento em infraestruturas conjuntas, que só são viabilizados por haver, eventualmente, a cooperação entre países (...) quando os países trabalham juntos, os ativos - aquilo que ele pode oferecer tanto como garantias como empréstimo quanto para o oferecimento de resultados futuros (porque eles estão trabalhando coletivamente) é muito maior. Isso facilita o acesso a fontes de financiamento externos, que países individuais não conseguiriam".
Em outra declaração, o presidente Lula mencionou a possibilidade de o BNDES emprestar verbas para o financiamento de um gasoduto na reserva de Vaca Muerta, na Argentina. Segundo o especialista André Roncaglia, o financiamento de bancos de desenvolvimento passa por uma rigorosa seleção, que leva em conta a criação de empregos e o crescimento econômico.
"Tem um trecho deste gasoduto que beneficiaria, até onde eu sei, o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso do Sul (...) receberia um abastecimento de gás natural vindo de Vaca Muerta. As pessoas em geral acham que o BNDES sai 'caçando' projetos para emprestar dinheiro. Isso não é verdade. É preciso que ele seja acionado. Existe todo um processo de seleção de projetos, que passam por vários critérios analíticos, associados à sustentação do projeto - se ele se paga ou não. O primeiro ponto é este. O segundo ponto é que ele empresta para empresas brasileiras - isso gera empregos aqui dentro, ajuda o esforço de reindustrialização, ajuda, neste caso, a restaurar a nossa engenharia, que foi bastante debelada pelo processo da Lava-Jato. Isso é excelente do ponto de vista do emprego, da renda e do crescimento econômico".
Segundo o especialista em Economia André Roncaglia, desde 2008 até agora, o Brasil emprestou, por meio do BNDES, cerca de R$ 10 bilhões em obras de financiamento, e teve retorno de R$ 12 bilhões. O cálculo desse lucro leva em conta, inclusive, os países que não pagaram o empréstimo. O que, para o economista, não é o ideal, mas é um risco para qualquer sistema financeiro. Obras financiadas por bancos de desenvolvimento são, por natureza, de alto risco, na avaliação de Roncaglia, mas necessárias.
Agência Brasil / Por Sayonara Moreno - Repórter da Rádio Nacional - Brasília / Edição: Leila dos Santos / Nathália Mendes - 26/01/2023 16:20:02. Última edição: 26/01/2023 16:20:02
Tags: Sur Moeda Comum Mercosul BNDES Integração Regional
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