Um em cada três alunos inscritos não compareceu ao segundo dia do Enem
Abstenção ficou na média de edições anteriores da prova. MEC identificou vazamento de foto de um dos cadernos da prova às 17h. Polícia Federal vai investigar.
Mais de 2,6 milhões de estudantes fizeram a prova neste domingo
Mais de 2,6 milhões de estudantes enfrentaram, neste domingo (12), 90 questões de ciências da natureza e de matemática no segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023. Para dois dos professores ouvidos pela Agência Brasil, a prova deste ano foi mais interpretativa e menos conteudista.
© Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil
O diretor de Ensino Médio e Avaliações do SAS Plataforma de Educação, Caê Lavor, avaliou que a prova foi mais fácil por ter cobrado menos assuntos técnicos.
“Caíram mais questões com contexto e que tem relação com o cotidiano dos alunos, então foi uma prova mais fácil do que nos anos anteriores, apesar de não tão mais fácil.”
Para Caê, nos últimos três anos o Enem estava se tornando uma prova mais conteudista e menos interpretativa. “O aluno era cobrado a memorizar muitas fórmulas, conhecer disciplinas e temas de forma mais profunda, saber as exceções de algumas regras bem específicas. A prova estava ficando mais conteudista e tradicionalista”, analisou.
Para ele, neste 2023 houve uma mudança em relação aos três últimos anos, retomando uma tradição do Enem, que é de ser uma prova mais interpretativa.
“A principal consequência do tipo de prova é que ela vai selecionar perfis diferentes do estudante que vai ingressar no ensino superior. Uma prova mais interpretativa valoriza habilidades mais socioemocionais, o senso crítico, a capacidade analítica, a empatia. Já a prova mais técnica ou conteudista valoriza mais a resolução de problemas que precisam de uma base técnica mais ampla.”
O professor de química do colégio Mopi, Vinícius Carvalho de Paula, teve a mesma impressão: de que as questões priorizaram a interpretação em vez do conteúdo específico das disciplinas.
“A minha impressão é de que a prova estava em um nível menos conteudista, um nível menos difícil e mais interpretativa. Quem teve calma e fez uma boa leitura conseguiu fazer uma boa prova. Bastava o estudante observar o enunciado da questão que ele podia ver a resposta dentro do enunciado. Poucas questões de cálculo. Apenas três questões envolvendo cálculo que eram mais desafiadoras”, afirmou.
Já o professor de matemática Lucas Borguezan do Curso Enem Gratuito avaliou que o Enem manteve a tendência que ele tem observado de se tornar, cada vez mais, uma prova no estilo conteudista, apesar de ter percebido a prova de matemática mais fácil neste ano.
“As questões foram muito bem formuladas, o que ajuda na resolução. No primeiro dia, sim, foi mais interpretativa. Mas isso também tem relação com a própria natureza das disciplinas. No meu balanço de nove Enens na bagagem, estou percebendo que o exame está caminhando para ser cada vez mais conteudista, como uma tendência, e com melhor formulação das questões.”
Por Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil - Brasília / Edição: Denise Griesinger - 12/11/2023 22:15:09. Última edição: 12/11/2023 22:15:09
Tags: Enem 2023 Avaliação Segundo Dia Ensino Médio
Abstenção ficou na média de edições anteriores da prova. MEC identificou vazamento de foto de um dos cadernos da prova às 17h. Polícia Federal vai investigar.
As provas do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 dividiram as opiniões dos estudantes. Neste domingo (12), eles responderam questões de Matemática e Ciências da Natureza. Opinião dos participantes Na avaliação da estudante Ana Luiza Farias, de 17 anos, a prova foi bem cansativa e exigente. Já Kauan Okimoto, de 17 anos, diz que penou com as questões de exatas. E na opinião de Gabriela Maria Lino, de 19 anos, a prova Matemática estava mais fácil. Essa foi a terceira vez que ela fez o Enem.
Bahia, Paraíba, Goiás e Alagoas já receberam juntos mais de R$ 264 milhões da PNAB. Em 18 estados, nove da Região Nordeste, todos os municípios aderiram à PNAB.
Presidente do Inep, Manuel Palácios, ressalta que a principal fonte de dados sobre os estudantes no país é a ficha de matrícula, mas que "há muitos dados faltantes".