Estudantes vão poder acumular bolsas de estudos de pós com salários

A partir de outubro, a Capes vai permitir o acúmulo de bolsas de pós-graduação e de outras remunerações. A medida foi publicada nesta quarta-feira.

A Capes é uma fundação do Ministério da Educação que coordena o aperfeiçoamento de pessoal de nível superior. Ou seja, de quem se forma na faculdade e que tem interesse em continuar os estudos, pesquisando.

Pra isso, os alunos fazem um mestrado, um doutorado ou um pós-doutorado e podem receber um estímulo financeiro do MEC, que são exatamente essas bolsas, no caso da Capes.

A Capes está flexibilizando as regras para permitir que o bolsista possa acumular, por exemplo, dois benefícios.Ou até mesmo manter a bolsa e o salário que recebe em um emprego que não tenha relação comm a área de estudo e de formação.

Essas duas situações não são permitidas com as regras atuais, mas serão a partir de outubro.A exceção é para o acúmulo de bolsas de um mesmo nível pagas com recursos federais.

Por exemplo, uma bolsa de mestrado da Capes e outra de mestrado do CNPq, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.

O acúmulo dessas duas bolsas não será permitido porque as duas são pagas pelo governo federal. Mas, o estudante  pode ter uma bolsa da Capes e, por exemplo, outra de uma Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa, já que o dinheiro desta última vem do estado.

As instituições de pós-graduação vão ter autonomia pra criar regras mais adequadas às demandas locais e às áreas do conhecimento. E serão responsáveis pela aplicação, pelo monitoramento e pela fiscalização do cumprimento das novas regras.

Segundo a Capes, a medida pode atrair pesquisadores para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país e conectar ainda mais a academia aos demais setores da sociedade.

De acordo com Dácio Roberto Matheus, vice-presidente da Andifes, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, a medida é bem-vinda.

Em nota, a Associação Nacional de Pós-Graduandos disse que as novas regras representam um avanço nas políticas de pós-graduação, luta histórica da associação.