Educação

Unicef lança laboratório para inclusão de jovens no mundo do trabalho

Só 20% dos brasileiros que têm de 18 a 24 anos estão na universidade

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou, nesta quinta-feira (21), em São Paulo, o Laboratório de Inclusão Produtiva das Juventudes (Linc). Desenvolvido em parceria com o Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas, o Itaú Educação e Trabalho e o Instituto Unibanco, o Linc tem o objetivo de apoiar, mobilizar e incentivar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a inclusão dos jovens no mercado de trabalho.

Unicef lança laboratório para inclusão de jovens no mundo do trabalho
© Paulo Pinto/Agência Brasil

O laboratório foi lançado na Cinemateca Brasileira, durante o Encontro Educação e Trabalho: Perspectivas da Educação Profissional e Tecnológica.

A ideia é que as ações desenvolvidas nesse laboratório incentivem políticas públicas e fomentem uma agenda nacional de inclusão de jovens no mercado de trabalho. Segundo dados recentes do Ministério do Trabalho e Emprego, 5,2 milhões de jovens entre 14 e 24 anos de idade estão desempregados hoje no Brasil.

“O primeiro passo [do laboratório] é mapear as boas experiências, as boas práticas e as boas políticas que já existam. A partir daí, teremos alguns derivados disso. Um deles, obviamente, é fazer um trabalho de acompanhamento, monitoramento e suporte técnico e apoio para os estados que queiram desenvolver políticas públicas nesse sentido”, explicou a chefe de Educação do Unicef Brasil, Monica Pinto.

O laboratório vai funcionar a partir de seis eixos: mapeamento de boas práticas; formação; reconhecimento; organização e produção de conhecimento acadêmico; apoio técnico; e monitoramento de indicadores. “Vamos fazer também todo um trabalho de engajamento e de divulgação para aqueles estados que ainda não têm uma política para que possam se engajar também e desenvolver políticas com vocação local, ouvindo e atendendo as populações de seus respectivos territórios”, acrescentou Monica.

“Esse laboratório vem para apoiar ações de inclusão produtiva da juventude. Temos, atualmente, 20% dos jovens de 18 a 24 anos na universidade e 80%, fora. Temos 88% das matrículas de jovens na educação pública. E a gente precisa dar a esses jovens condições de inclusão no mundo do trabalho, de forma com que eles possam continuar se desenvolvendo. Precisamos dar condições para esse jovem seguir adiante”, reforçou a superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue.

O Brasil é o segundo país, de um total de 37 analisados, com maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não estudam e não trabalham. O país fica atrás apenas da África do Sul. Na faixa etária considerada no relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 36% dos jovens brasileiros não estudam e estão sem trabalho.

Segundo Monica, o Linc pretende ser uma “grande aliança” entre o poder público, o setor privado e a sociedade civil organizada para oferecer oportunidades a esses jovens. “Temos mais de 20% de jovens que não estão desenvolvendo suas habilidades e competências, que não estão estudando e não estão tendo acesso a uma oportunidade de trabalho. Estamos desperdiçando a juventude do nosso país.”

A população poderá acompanhar as ações que serão desenvolvidas no laboratório por meio do site do Linc. 

Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo / Edição: Nádia Franco - 21/09/2023 20:30:09. Última edição: 21/09/2023 20:30:09

Tags: Unicef Jovens Mercado De Trabalho

Leia também:

Capes abre seleção para bolsistas em universidade da Alemanha

Capes abre seleção para bolsistas em universidade da Alemanha

Bolsas do Programa Cátedra Bonn terão duração de até 12 meses. Objetivo do programa é aprofundar cooperação acadêmica entre instituições de ensino brasileiras e da Alemanha.

Camilo defende grande pacto nacional para alfabetização de crianças

Camilo defende grande pacto nacional para alfabetização de crianças

"Todas as evidências mostram que, quando uma criança aprende a ler e escrever na idade certa, o rendimento, o histórico curricular acadêmico dela ao longo dos anos melhora, além de diminuir a evasão, a reprovação e o abandono”, disse o ministro da Educação.

Estados e 96,9% dos municípios aderem à Política Nacional Aldir Blanc

Estados e 96,9% dos municípios aderem à Política Nacional Aldir Blanc

Bahia, Paraíba, Goiás e Alagoas já receberam juntos mais de R$ 264 milhões da PNAB. Em 18 estados, nove da Região Nordeste, todos os municípios aderiram à PNAB.

MEC busca mais dados sobre educação indígena, quilombola e ribeirinha

MEC busca mais dados sobre educação indígena, quilombola e ribeirinha

Presidente do Inep, Manuel Palácios, ressalta que a principal fonte de dados sobre os estudantes no país é a ficha de matrícula, mas que "há muitos dados faltantes".

Este site usa cookies para fornecer serviços e analisar o tráfego. Saiba mais. Ok, entendi