A Defesa Civil de Maceió informou, nesta terça-feira (5) que o deslocamento da mina n° 18, que corre o risco de colapsar afetando diretamente 5 bairros da capital alagoana, foi de 6,5 cm nas últimas 24 horas, totalizando 1,86 m.
No limite sul dessa área de mais de 3 mil km², onde milhares de moradores já abandonaram suas casas, está o Hospital Escola Portugal Ramalho.
A estrutura do hospital abrange um Centro de Atenção Psicossocial e um ambulatório de atendimento 24h. Segundo a diretora da unidade, Helcimara Martins, a atual situação torna "difícil atender" outras demandas para além da tentativa de transferir pacientes.
O problema é que não se sabe quando esses pacientes serão transferidos. São 90 pessoas, 19 residentes e 71 pacientes temporários, que não tem lugar para continuar o atendimento especializado em saúde mental.
Segundo a assessoria do único hospital psiquiátrico da rede pública em Alagoas, a unidade está em tratativa com o governo local para transferir os pacientes de lá, desde 2020, quando já havia sinais do afundamento do solo.
Até o fechamento desta reportagem, não conseguimos contato com o Governo de Alagoas para falar sobre a transferência dos residentes e temporários do Hospital Escola Portugal Ramalho.
Na semana passada, pacientes de outro hospital, o Sanatório, que fica dentro da área de risco, foram transferidos para outras unidades. Entre eles, estavam pacientes cirúrgicos e de UTI. Um dos hospitais acionados foi o da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que também está recebendo parte dos 350 pacientes que faziam hemodiálise no Hospital Sanatório.
Ainda sobre a situação do risco de colapso em Maceió, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) autuou a Braskem, responsável pela exploração do sal-gema no subsolo, em mais de R$ 72 milhões. O motivo foi a degradação ambiental decorrente de atividades que afetaram a segurança e geraram condições desfavoráveis para atividades sociais e econômicas.
Nesse valor, também está incluída uma multa pela omissão de informações sobre a mina nº 18. No dia 7 de novembro, autoridades do governo alagoano detectaram essa falta de informações. Nessa mesma data, a empresa realizou um exame prévio para começar a preencher a cavidade. De acordo com o Governo de Alagoas, essa operação estava em desconformidade com a Licença de Operação.
Desde 2018, a Braskem já foi autuada 20 vezes pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas.
Agência Brasil / Por Gabriel Corrêa - repórter da Rádio Nacional - São Luís / Edição: Roberta Lopes/ Sumaia Villela - 05/12/2023 15:45:04. Última edição: 05/12/2023 15:45:04