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Atos a favor da descriminalização do aborto aconteceram em todo país

Nesta quinta-feira foi o Dia Latinoamericano e Caribenho de Luta pela Legalização do Aborto. E mulheres de várias cidades do país organizaram atos a favor da descriminalização do aborto. Em São Paulo, elas se concentraram na Avenida Paulista. Usando lenços verdes que viraram uma marca da luta pelo direito ao aborto na América Latina e entoando o lema "Nem presa, Nem morta", caminharam até o centro da cidade.

Nesta quinta-feira foi o Dia Latinoamericano e Caribenho de Luta pela Legalização do Aborto. E mulheres de várias cidades do país organizaram atos a favor da descriminalização do aborto.

Atos a favor da descriminalização do aborto aconteceram em todo país

Em São Paulo, elas se concentraram na Avenida Paulista. Usando lenços verdes que viraram uma marca da luta pelo direito ao aborto na América Latina e entoando o lema "Nem presa, Nem morta", caminharam até o centro da cidade.

A lei brasileira que proíbe o aborto é de 1940. Em três situações o aborto é considerado legal: quando a gravidez é resultado de estupro, quando coloca em risco a vida da mulher ou quando o feto apresenta anencefalia.

Mas a Pesquisa Nacional de Aborto, publicada neste ano pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva,  mostra que10% das mulheres brasileiras fizeram ao menos um aborto até 2021. Mais da metade delas, 52%, tinham no máximo 19 anos.

A educadora Gabriela, de 30 anos, participou do ato. 12 anos atrás apoiou uma amiga que fez um aborto clandestino.

Pela lei brasileira, a colega de Gabriela e todas as pessoas que ajudaram a jovem poderiam ter sido presas. O NUDEM, Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres da Defensoria pública de São Paulo analisou as ações penais de mulheres acusadas de aborto. Segundo Rita Gandolpho, defensora pública e coordenadora do núcleo, a maioria delas eram rés primárias. A maioria já tinha outros filhos, era de baixa renda e baixa escolaridade.

Segundo a defensora, a maioria das denúncias foi feita pelos profissionais de saúde que atendiam essas mulheres por complicações no aborto.

A nota técnica, que o Ministério da Saúde entregou ao Supremo Tribunal Federal para a ação que avalia a descriminalização do aborto diz que em 2015, mais de 500 mil mulheres tinham feito abortos clandestinos. Entre 2008 e 2017, 1 milhão e 600 mil mulheres foram hospitalizadas por complicações. O cálculo do ministério é que uma mulher morre a cada dois dias pela prática insegura.

O Supremo Tribunal Federal retomou o julgamento da ação e antes de deixar o cargo, a ministra Rosa Weber votou a favor da descriminalização.

Já um levantamento da Conectas Direitos Humanos mostra que existem 72 projetos de lei tramitando no Congresso nacional que podem ampliar as restrições ao aborto.

O dia 28 de setembro foi escolhido como o Dia de Luta pela Legalização do Aborto porque foi neste dia, em 1871, que foi assinada a Lei do Ventre Livre e partir de então, as mulheres escravizadas dariam à luz apenas a bebês livres.

Agência Brasil / Por Eliane Gonçalves - repórter da Rádio Nacional - São Paulo / Edição: Roberta Lopes / Beatriz Albuquerque - 28/09/2023 22:25:04. Última edição: 28/09/2023 22:25:04

Tags: Descriminalização Do Aborto

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