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Braskem firma acordo de quase R$ 2 bilhões por afundamento em Maceió

Em 2018, 15 mil famílias tiverem que deixar as regiões afetadas

A Braskem informou, nesta sexta-feira, ao mercado financeiro, que chegou a um acordo com a prefeitura de Maceió para o pagamento de R$ 1,7 bilhão de indenização. 

O valor é referente aos danos causados pelo afundamento de uma área equivalente a 255 campos de futebol, devido a extração de sal-gema pela empresa petroquímica na região. 

O sal-gema é utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC pela Braskem. 

Em 2018, após abalo sísmico, diversos imóveis da cidade apresentaram rachaduras, além de afundamentos de moradias e ruas. Todas áreas impactadas foram isoladas e cerca de 15 mil famílias, mais de 60 mil pessoas, tiveram de sair da região. 

Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, afirma que o acordo não contempla as vítimas. 

Em nota, a prefeitura de Maceió afirmou que os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores. E destacou que o acordo não invalida as ações ou negociações entre a Braskem e os moradores das regiões afetadas. 

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, disse, nas redes sociais, que nenhum valor vai reparar o que foi destruído. Mas o recurso será usado em investimentos públicos de toda a cidade. 

Segundo a Braskem, o acordo com a prefeitura estabelece indenização, compensação e ressarcimento integral ao município por todo dano patrimonial e extrapatrimonial, e está sujeito a homologação judicial. 

O Ministério Público Federal já realizou dois acordos com a Braskem para compensação financeira dos realocados e para reparação socioambiental urbanística da área. O órgão considera o maior desastre socioambiental em curso no Brasil. 

A Braskem também afirma que já realizou 19 mil propostas de compensação financeira aos moradores. Dessas, 99% teriam sido aceitas. O pagamento já foi feito para mais de 17 mil indenizações, que somadas ao auxílios financeiros, ultrapassa R$ 3 bilhões e 700 milhões de reais. 

Alexandre Sampaio diz que os moradores foram chantageados para aceitar a indenização proposta, que tem um valor menor que as casas financiadas pelo Minha Casa, Minha Vida. 

Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió defende que os imóveis dos bairros isolados, que foram repassados para a Braskem, retornem, após a resolução de problemas no solo, para propriedade das vítimas.   

Agência Brasil / Por Gésio Passos - repórter da Rádio Nacional - Brasília / Edição: Raquel Mariano / Beatriz Albuquerque - 21/07/2023 20:00:03. Última edição: 21/07/2023 20:00:03

Tags: Braskem Maceió

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