Empresas de auditoria da Americanas são ouvidas na CPI

A CPI que investiga as fraudes nas contas das Lojas Americanas na Câmara dos Deputados ouviu, nesta terça-feira, representantes de auditorias que fiscalizavam a empresa.

Uma das polêmicas da audiência foi o depoimento do atual CEO da empresa, Leonardo Pereira, que afirmou à CPI, em julho deste ano, que as empresas de auditorias participaram das irregularidades nos balanços financeiros das Americanas. Além de afirmar que o Conselho de Administração não tinha conhecimento das dívidas da empresa.

Fábio Cajazeira Mendes, líder de Auditoria da PWC, que fazia a auditoria independente da Americanas entre 2019 e 2021, refutou o envolvimento dos auditores no que chamou de conluio da diretoria da Americanas.

Carla Bellangero, sócia de auditoria da KPMG no Brasil, que atendeu as americanas em 2017 e 2018, afirmou que os riscos demonstrados pela auditoria nas contas das Americanas são do conhecimento de toda gestão da empresa e sua antiga controlada, a B2W.  

O ex-Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, Fábio Abrate, esteve na CPI e utilizou habeas corpus estabelecido pelo STF para permanecer em silêncio. Ele apenas afirmou que foi demitido em julho por justa causa, antes da presença do CEO da Americanas na CPI.

Já o ex-diretor executivo da Americanas, Miguel Gutierrez, alegou estar fora do país em tratamento médico para se ausentar da audiência na CPI.

A Lojas Americanas está em recuperação judicial desde janeiro deste ano, após descoberta de uma fraude contábil de R$ 25 bilhões, resultando em uma dívida de R$ 42 bilhões. Os lucros foram manipulados para inflar os resultados da empresa, favorecendo os diretores.