Greve contra privatizações e falha em linha de trem mudam rotina em SP

Os funcionários do metro, da CPTM, a companhia paulista de trens metropolitanos e da Sabesp, a empresa de distribuição de água do estado cruzaram os braços nesta terça-feira contra as privatizações de serviços essenciais do governo de São Paulo. 

Quem precisou sair de casa para trabalhar teve que fazer caminhos alternativos e mais longos. O atendente de farmácia Lucas dos Santos gastou mais do que o dobro do tempo no trajeto que faz todos os dias.

Já na hora de voltar para casa no final do dia, o vendedor Rhony Luis não tinha ideia de quanto tempo ia gastar

É que além da greve, uma das linhas de trem privatizadas, a linha 9 administrada pela Via Mobilidade também parou, por volta das DUAS da tarde, depois de uma pane elétrica. Quem estava nos vagões, precisou caminhar pelos trilhos.

Um sistema especial de ônibus foi acionado para completar o trajeto dos passageiros. Mas as filas eram longas.  A gerente de atendimento, Ariane de Nascimento, esperou mais de duas horas. 

Na estação pinheiros, o problema continuava depois das19h e a fila para pegar o ônibus deu a volta no quarteirão. A diarista Veroneide Rodrigues e as amigas cansaram de esperar e fizeram a pé um trajeto de três quilômetros.

A falha aconteceu depois do governador Tarcísio de Freitas, do republicanos, criticar a greve e exaltar as privatizações.

Desde que a linha 9 passou a ser administrada pela Via Mobilidade, registrou em media tres vezes mais problemas do que quando era operada pela estatal, a CPTM. 

Mas Lucas, o atendente de farmácia, concorda que e preciso privatizar. 

Já nas estações do metro e trem em que os trabalhadores  aderiram à greve, tudo parado. Os sindicatos desobedeceram a decisão judicial que determinou a manutenção de 100% dos serviços no horário de pico e 80% nos outros horários.  

Clélia Maria tem uma banca de balas ao lado do metro Sumaré e passou o dia orientando os passageiros:

Mas mesmo com vendas de doces muito abaixo que um dia comum, ela defendeu a greve contra as privatizações.

Agora os sindicatos dos metroviários e ferroviários devem ter que pagar uma multa de R$ 500 mil cada por não terem cumprindo a determinação judicial.

Além da greve no transporte publico e na Sabesp, também houve greve de funcionários terceirizados no aeroporto de Guarulhos e alguns voos registraram atrasos.

Já estudantes da Unicamp fizeram uma paralisação em apoio à greve contra as privatizações dos serviços essenciais e um professor foi detido depois de atacar com uma faca e spray de pimenta estudantes que entraram na sala de aula para questionar a manutenção das aulas. A informação foi confirmada pela secretaria de segurança publica. No começo da noite, estudantes fizeram um ato na universidade contra a agressão do professor.