Liminar que impedia retirada de barracas no centro de SP é derrubada

Liminar que impedia a retirada de barracas no centro da cidade de São Paulo foi cassada pelo desembargador Ribeiro de Paula última sexta-feira (31).

Robson Mendonça, presidente do Movimento Estadual da População de Rua criticou a decisão da Justiça e lembrou que o frio já chegou em São Paulo: nesta madrugada, a temperatura da cidade chegou a 14ºC; em algumas regiões da periferia, foi a 12ºC:

"Estamos na questão das baixas temperaturas, que caem bastante. Nesta noite, tivemos uma pequena queda na temperatura. E esta população fica ao relento, sem ter abrigo nenhum. Quando se pensa que barraca não é moradia, que calçada não é local para residir, também tem que se pensar que, antes de tirar as barracas, antes de tomar tais atitudes severas, como estão tomando, que primeiro se pense onde levar este pessoal, como abrigar este pessoal".

Já o prefeito da cidade, Ricardo Nunes, comemorou a decisão da Justiça e afirmou que a rua e as calçadas não são locais de moradia. Segundo ele, a prefeitura está trabalhando para entregar mais vagas de moradia para os moradores das ruas, e falou que já há vagas ociosas em abrigos.

"As pessoas falam que são 22 mil vagas e tem 31 mil pessoas. Hoje, a gente tem vaga ociosa. Não faltará vaga a partir do momento que a gente vá fazendo o convencimento para que as pessoas utilizem os serviços de acolhimento. Seja contratar emergencialmente hotéis, seja ampliar os serviços de acolhimento da prefeitura de São Paulo".

Além disso, segundo a prefeitura de São Paulo, estão sendo construídas mais vagas nas chamadas Vilas Reencontro, e que mais de 3.500 vagas em hotéis estão sendo disponibilizadas.

E para enfrentar o frio que já começou agora em abril, o Movimento Estadual da População de Rua já está recebendo doações de casacos, roupas e barracas. Os endereços são: Rua José Bonifácio, 395 na Sé, na Rua Sólon, 819, no bairro do Bom Retiro, e na Rua Maria Borba 15, nos Campos Elísios.