Mesmo com a independência proclamada em 7 de setembro de 1822, durante quase um ano, a elite portuguesa que vivia no Pará não reconheceu o comando de D. Pedro I, que já se encontrava governando como Rei do Brasil.
Nesta terça-feira (15), os paraenses lembram um dos fatos históricos mais importantes do estado e do país: a adesão da então Província do Grão-Pará à independência do Brasil.
Mesmo com a independência proclamada em 7 de setembro de 1822, durante quase um ano, a elite portuguesa que vivia no Pará, principalmente políticos e comerciantes, não reconheceu o comando de D. Pedro I, que já se encontrava governando como Rei do Brasil, no Rio de Janeiro, e se manteve como colônia de Portugal.
A província foi a última a reconhecer a independência do Brasil do Reino português. Uma contradição, já que o Pará foi a primeira província brasileira a aderir às ideias da revolução constitucionalista do Porto, iniciada em Portugal em 1820.
Com todas as regiões brasileiras já praticamente integradas como nação, tropas militares foram enviadas por D. Pedro I ao Pará, tendo como um dos líderes o militar inglês John Grenfell, convidado pelo Rei para implantar a marinha brasileira.
Ele chegou a Belém, de maneira antecipada, lançando uma “fake news” como conhecemos hoje, informando às autoridades paraenses que os navios da esquadra real estariam posicionados na baía, apontados para Belém, e que deveriam aceitar a independência ou a cidade seria bombardeada e o porto fechado. As tropas, num número bem menor, ainda se encontravam no Maranhão, que havia acabado de realizar a adesão em 28 de julho do mesmo ano. Com receio da represália, o documento de adesão foi assinado.
Dentro da programação que marca os 200 anos da adesão, o Arquivo Público do estado, localizado no bairro Campina, em Belém, está com a exposição ““Bicentenário da Adesão do Pará à Independência: Registros nos Documentos do Arquivo Público”.
Os documentos podem ser vistos até o próximo dia 31 de agosto. Entre eles, a Ata original de Adesão, assinada por pelo menos 100 pessoas com representatividade política, religiosa, militar e comercial da época.
Já na noite desta terça-feira, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz celebra a data, trazendo composições clássicas e peças originais inspiradas na trajetória do Pará e de sua participação na Independência do Brasil.
Agência Brasil / Por Madson Euler - Repórter Rádio Nacional - São Luís - MA / Edição: Nádia Faggiani / Alessandra Esteves - 15/08/2023 08:25:05. Última edição: 15/08/2023 08:25:05