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Setor de brechós tem expansão bilionária no Brasil e no mundo

Consumo consciente, produção sustentável, recessão econômica e até mesmo a pandemia estão entre os fatores que contribuíram para o crescimento de brechós.

Reduzir a quantidade de compra; reutilizar, aumentando o tempo útil de um produto; reciclar, dando nova vida a um item transformado. Esse tripé, que dá norte à chamada economia circular, tem um de seus grandes exemplos de mercado no setor de brechós. Um nicho de moda com expansão bilionária nos últimos anos, inclusive no Brasil. 

A professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisadora de economia circular, Maria do Carmo Duarte Freitas, aponta que consumo consciente, produção sustentável, recessão econômica e até mesmo a pandemia estão entre os fatores que contribuíram para o crescimento de brechós.

"Oitenta por cento do consumo do consumo é questão financeira. Vinte por cento é consumo consciente.  Quando a gente começa a tratar desse tema, a gente começa a observar que tem muita gente preocupada com esta questão - a não geração de resíduo".

Ainda de acordo com a pesquisadora, o avanço das novas tecnologias em relação a qualidade de fotos, vídeos, imagens 3D, pagamento virtual e interação com o cliente aceleraram e ampliaram as possibilidades dos brechós. 

"Então tem inclusive, diferentes brechós que surgiram na internet , mas já surgiram no modelo virtual. Se eu tiver umas 20 peças que eu enjoei, eu ligo pra uma dessas empresas, elas vem, avaliam, e dependendo do valor, elas te dão um crédito X, e leva tua roupa. Só que ele fisicamente não existe. Todo o contato é virtual pelo site, só no momento da pessoa vir ou levar a roupa pra eles é que existe o contato físico". 

Luanna Toniolo, CEO de um dos maiores brechós online do Brasil, é um exemplo das várias possibilidades de expansão que o setor oferece. Ela era advogada, passou para venda de peças usadas via grupo de WhatsApp e posteriormente fundou o brechó online em 2016, em Curitiba.

Dez meses depois já faturou seu primeiro milhão, e, em 2019, recebeu investimento de uma grande empresa de moda brasileira. Em 2020, o brechó virtual, mesmo sendo adquirido por outra grande marca fashion do mercado, continuou prestando o mesmo serviço. 

"A recepção do público de tudo que é novo sempre demanda mais investimentos e demora mais tempo de conversão.  A gente sabe que existe um grande bloqueio ainda cultural, a questão da compra. E quebrar todo esse paradigma de que são peças que estão realmente em ótimo estado e que você pode ter uma experiência positiva. Como antes antes elas não haviam tido, que é um pedido ali de uma peça usada, com uma experiência de uma peça nova". 

A consumidora Silvia Mendes conta que a experiência de compras em brechós mudou a maneira como ela hoje enxerga esse mercado.

"Não era aquilo que eu imaginava, que em brechós tinha peças muito antigas, rasgadas, não. Eu comecei a perceber que eu encontrava peça de qualidade, peças seminovas com preço bem acessível. Desde então, eu não visito mais as lojas que eu visitava antes, que eram lojas de departamento né, a maioria".

A empresa thredUP, de moda online, com sede nos Estados Unidos, estima que o mercado global de roupas usadas deve chegar perto de US$ 80 bilhões em 2025.

 

*com produção de Michelle Moreira e Lucineia Marques

Agência Brasil / Por Madson Euler* - Repórter da Rádio Nacional - São Luís / Edição: Nádia Faggiani / Nathália Mendes - 07/05/2023 10:50:02. Última edição: 07/05/2023 10:50:02

Tags: Brechós Economia Circular

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