Yanomami: ação identifica garimpo ilegal próximo a índígenas isolados

Uma ação coordenada entre os Ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente, Funai, Ibama, Força Nacional e Polícia Federal identificou um garimpo ilegal próximo a uma comunidade de povos indígenas isolados na Terra Yanomami, em Roraima.

As imagens foram capturadas durante um sobrevoo, nessa sexta-feira, para identificar possíveis instalações de garimpeiros na região e mostram um conjunto de malocas bem conservadas e plantação de alimentos no entorno.  A pequena aldeia fica a menos de 15 km de um ponto de garimpo.

De acordo com a Funai, trata-se da comunidade indígena do povo Moxihatëtëa, que já era conhecida e monitorada pela Fundação desde 2010, mas nunca contatada. Os povos isolados são comunidades que, por decisão própria ou por determinadas circunstâncias, vivem em isolamento total ou sem contato significativo com a sociedade em geral.

Os trabalhos da força-tarefa criada pelo atual governo visam a interrupção da logística do garimpo ilegal, com foco na inutilização da infraestrutura usada para a prática criminosa, bem como a materialização de provas sobre a atividade criminosa. A ação é em resposta à degradação ambiental causada pela exploração de ouro, que gerou a crise de saúde enfrentada pelos povos indígenas Yanomami.

Atualmente, pelo menos 30 mil yanomamis habitam a área de pouco mais  de 96 mil metros quadrados que, por lei, deveria ser totalmente preservada. Mas o que está documentado é o avanço do garimpo ilegal na região, que cresceu cerca de 54% somente em 2022.