China diz que balões dos EUA sobrevoaram Tibete e Xinjiang

A tensão diplomática entre Washington e Pequim sofreu mais um revés após a China ter acusado, sem provas, os Estados Unidos (EUA) de terem usado balões sobre os territórios chineses de Xinjiang e do Tibete.

Os dois países estão num conflito sobre objetos voadores depois de os EUA terem abatido, neste mês, o que chamaram de balão espião chinês na costa da Carolina do Sul. Pequim contrapôs. Afirmou que se tratava de um veículo de investigação civil que, por engano, se desviou do seu curso, e acusou Washington de ter exagerado.

Nesta semana, Pequim disse que balões americanos sobrevoaram seu espaço aéreo sem autorização, desde maio de 2022. A Casa Branca não contestou a informação, e a China não apresentou provas das acusações.

Nessa quarta-feira, Pequim afirmou que balões norte-americanos foram detectados em áreas altamente controladas do Tibete e de Xinjiang, regiões onde a China é acusada de fortes violações dos direitos humanos contra a população da etnia Han.

“Sem a aprovação das autoridades chinesas, voou ilegalmente pelo menos dez vezes sobre o espaço territorial da China, incluindo Xinjiang. Tibete e outras províncias”, informou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin.

A secretária de Estado adjunta dos EUA, Wendy Sherman, reiterou que as alegações chinesas sobre supostos balões norte-americanos eram “falsas”.

Washington juntou à sua lista negra de exportações seis entidades chinesas que podem ser responsáveis pelo programa de balões de vigilância. Pequim diz que as sanções são ilegais e ameaça retaliar.

“A China opõe-se fortemente a essas sanções e vai tomar medidas contra entidades norte-americanas que prejudiquem a soberania e segurança do país de acordo com a lei”, acrescentou Wang, sem especificar essas medidas.

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