Rei Charles III será coroado no próximo sábado
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Protocolo e pompa da cerimônia, que não acontecia há 70 anos na Grã-Bretanha, contrasta com o cenário econômico e político do país: inflação que passa dos 10%, estagnação na economia, juros altos e as dificuldades internas do Partido Conservador.
Aqui em Londres, o clima é de festa. Aliás, desde ontem: os ingleses não precisam de muitas razões para correrem para os pubs, como são conhecidos os bares por aqui, para beber. E claro que a coroação do rei Charles é um pretexto mais que suficiente - e até original, né? Afinal desde 1953, 70 anos atrás, portanto, que não se tinha uma coroação por aqui. Só quem tem 75, 80 anos, no mínimo, lembra de alguma coisa.
O que é um pouco curioso é comparar o que mudou com o que não mudou: a Grã-Bretanha hoje não é mais a potência que foi na época que uma jovem, Elizabeth, de 25 aninhos, virou rainha. Longe estão os tempos do Império Britânico. Quem, aliás, vai ser coroado é um homem - um senhor, de 74 anos. Assim que é difícil se criar um clima de uma nova era, a partir daí.
Pelo lado do protocolo, das cerimônias, claro que amanhã se vai ver todo aquele espetáculo que a Coroa britânica insiste em manter. É parte da atração turística um pouco daqui: uma espécie de lembrança, de teatro, de conto de fadas. De um mundo onde reis, rainhas, princesas, príncipes mandavam. Algo completamente fora da realidade atual - ainda mais em países democráticos, como são os daqui da Europa.
Então, o luxo de tudo que vai se ver cria um certo desconforto, também. Afinal, na vida real, e não da realeza, a inflação aqui passou dos 10%. Existe uma estagnação da economia; os juros estão altos, se fala de austeridade. E o que você vai ver numa coroação é o oposto: é ostentação.
Nisso tudo, o presidente Lula chegou hoje (5) aqui em Londres e está reunido com o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak em Downing Street, o lugar onde fica o primeiro-ministro. Não é uma visita de Estado: não tem acordos para ser assinados, mas é o início de uma relação entre os dois. Que, aliás, vão se reencontrar daqui a duas semanas, na reunião do G7, no Japão.
Sunak é de origem indiana - reflexo dessa longa história de ligação de 200 anos dos dois países - e é do Partido Conservador, que está com grandes dificuldades internamente aqui. Hoje mesmo perderam feio várias eleições municipais para o Labour, que é o Partido Trabalhista, partido de oposição atualmente.
O que Sunak e Lula, Grã-Bretanha e Brasil, e, aliás, também o rei Charles têm em comum é uma grande preocupação com o meio ambiente.
Agência Brasil / Por Marcos Uchôa - Enviado especial - Londres / Edição: Rádio Nacional / Nathália Mendes - 05/05/2023 14:40:04. Última edição: 05/05/2023 14:40:04
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