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As Forças Armadas do país tomaram o poder e o presidente está em prisão domiciliar, acusado de fraudar as eleições. A crise política no Gabão é só mais um dos oito golpes que ocorreram no continente nos últimos três anos. Sete deles, em ex-colônias francesas.
Um dia após as Forças Armadas do Gabão terem tomado o poder e detido o presidente em prisão domiciliar, acusado de fraudar as eleições, especialistas consideram que a continuidade do golpe no país africano vai depender também da reação internacional. A crise política no Gabão é só mais um dos oito golpes que ocorreram no continente nos últimos três anos. Sete deles, em ex-colônias francesas.
De acordo Luciano Muñoz, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília, há um forte sentimento anticolonial por trás desses eventos recentes.
A mineradora francesa Eramet, por exemplo, chegou a suspender toda a extração de manganês e o transporte ferroviário como medida cautelar, mas informou que iria retomar parcialmente as atividades nesta quinta-feira (31). A empresa tem cerca de 8,7 mil empregados no Gabão. Cerca de 350 soldados franceses atuam no país.
Segundo Luciano Muñoz, o golpe no Gabão e nos demais países africanos são um sintoma de como as democracias estão internamente fragilizadas. Por outro lado, Muñoz também vê a necessidade de contextualizar esse golpe, contra uma família que estava no poder há 56 anos, considerando as tensões entre grandes potências e a busca por junto aos exércitos vizinhos autoritários.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, disse acompanhar com grande preocupação a situação no Gabão e condenou a tentativa de solucionar a crise eleitoral por meio de um golpe de Estado. Mahamat apelou para que as forças de segurança do Gabão garantam a integridade física do presidente, Ali Bongo, e deem prioridade para as vias políticas pacíficas de regresso à ordem democrática.
Já o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, também disse observar a situação no Gabão com preocupação pela estabilidade sociopolítica, e pelo que chamou de "contágio autocrático que parece se espalhar para outras partes da África". Em nota oficial, o governo da Nigéria afirmou que Tinibu continuará em contato com outros chefes da União Africana para decidir em conjunto os próximos passos.
O Brasil expressou apoio ao papel da União Africana para uma solução pacífica. De acordo com a Embaixada do Brasil na capital do Gabão, o Itamaraty mantém contato com os cerca de 80 brasileiros que estão hoje no país africano.
Agência Brasil / Por Gabriel Corrêa - Repórter da Rádio Nacional - São Luís / Edição: Ana Lúcia Caldas/ Renata Batista - 31/08/2023 14:05:07. Última edição: 31/08/2023 14:05:07
Tags: Gabão
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