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Sede do G7, Hiroshima é prova viva dos efeitos da bomba atômica

A memória da primeira bomba atômica a ser lançada sobre uma cidade não é só preservada em Hiroshima. É cultuada como uma lição para a humanidade.

A memória da primeira bomba atômica a ser lançada sobre uma cidade não é só preservada em Hiroshima. É cultuada como uma lição para a humanidade.

Mas por que o governo americano escolheu Hiroshima como alvo?  A decisão passava por três critérios. Ser uma cidade querida sentimentalmente para os japoneses, importância militar e ser populosa. Atendia tudo isso. E a cidade tinha mais de 300 mil habitantes na época.

Seu histórico castelo, que foi completamente destruído na explosão, foi reconstruído, mas ao lado ainda se vê as ruínas de onde ficava o quartel que, desde o século 19, comandava as tropas japonesas que partiam para lutar no exterior.

O projeto de se fazer bombas atômicas desde a ideia até as primeiras ficarem prontas durou cerca de dois anos, mas desde o início o governo americano sabia que elas seriam usadas contra os japoneses e não contra os alemães. E por trás dessa decisão tinha muito de racismo. Durante a guerra, os americanos se referiam aos japoneses como ratos como macacos. Nos Estados Unidos, durante a guerra, os imigrantes japoneses foram internados em campos de concentração. Um museu mostra o horror do que aconteceu.

Primeiro foi a explosão da bomba atômica. Com raríssimas exceções que estava num raio de dois quilômetros morreu, mas depois os focos de incêndio se transformaram num inferno de fogo que durou quatro horas. Depois teve uma chuva radioativa.

O museu é pequeno, mas está sempre cheio. As fotos foram poucas daquele dia. São chocantes. Quantos feridos com terríveis queimaduras. Hiroshima tinha poucos médicos e enfermeiras e quase todos morreram na explosão. Não tinham remédios nem anestésicos. O sofrimento do sobrevivente era atroz.

As áreas militares de Hiroshima ficavam bastante distantes daqui do centro da cidade. O objetivo de lançar a bomba aqui era exatamente matar o maior número de pessoas. E quem era essas pessoas? No Japão em guerra, com tantos homens lutando, basicamente mulheres, crianças e idosos.

Para os japoneses, Hiroshima virou o símbolo supremo da Segunda Guerra Mundial. Que aliás pra eles é vista como a guerra contra os Estados Unidos. As atrocidades que eles fizeram na China, na Coreia, na Ásia em geral, ficaram diluídas, meio esquecidas. Por essa ideia de martírio, de que os japoneses foram vítimas de um dos atos mais cruéis da humanidade. E foram, mas essa é só parte da história.

No momento onde a  Rússia e, aqui ao lado, a Coréia do Norte insinuam ameaças do uso de bombas atômicas, Hiroshima foi escolhida para sediar o G7 como prova viva da mortandade, da crueldade, do mais próximo que o ser humano chegou da ideia do que é o apocalipse.

Agência Brasil / Por Marcos Uchôa - Rádio Nacional - Japão / Edição: Alessandra Esteves - 18/05/2023 21:00:06. Última edição: 18/05/2023 21:00:06

Tags: Hiroshima Bomba Atômica Japão

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