Proximidade entre desembargador e Moro pode ser caso de suspeição

A decisão que restabeleceu a prisão do advogado Tacla Duran, que acusa o senador Sérgio Moro de extorsão, repercutiu no mundo político e jurídico. Isso por causa das relações familiares entre o desembargador Marcelo Malucelli, responsável pela decisão, e o parlamentar paranaense.

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Marcelo Malucelli, que restabeleceu a prisão de Tacla Duran, é pai do sócio de Sérgio Moro, o advogado João Eduardo Barreto Malucelli, de acordo com o Cadastro Nacional de Sociedade de Advogados da OAB.

Em depoimento à Justiça, Rodrigo Tacla Duran acusou Moro de extorsão quando o parlamentar ainda era juiz da operação Lava Jato.

Para o professor de Direito Constitucional da FGV do Rio de Janeiro, Wallace Corbo, a proximidade entre o desembargador e o senador pode ser caso de suspeição.

Outro questionamento sobre a decisão de Malucelli é que ela teria ido contra uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, de suspender o processo. O professor de Direito Wallace Corbo explica a controvérsia.

A assessoria de Sérgio Moro enviou apenas uma nota. O texto diz que ele está afastado do escritório desde o início do mandato e que permanece no quadro social somente como associado. Sobre a decisão do desembargador ou a relação com o advogado João Eduardo não houve comentários.

O TRF4 informou que não vai se pronunciar. O desembargador Marcelo Malucelli  não se manifestou até o fechamento desta reportagem.