Sargento que atirou contra atendente do Mc Donald´s é condenado

O sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro que atirou contra um atendente da lanchonete Mc Donalds, em maio do ano passado, foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado e a pagar uma indenização de R$ 100 mil à vítima. A decisão é do 4º Tribunal do Júri do Rio, em sentença lida nesta quinta-feira.

Por maioria de votos, o júri considerou Paulo Cesar Albuquerque culpado pela tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil. Mateus Domingos Carvalho trabalhava em uma unidade da lanchonete no bairro Taquara, Zona Oeste da capital. O desentendimento entre eles começou após Paulo Cesar exigir do atendente um desconto de R$ 4 em seu pedido.

Segundo Mateus e outras testemunhas, o cliente queria adicionar um cupom promocional depois que o pedido já tinha sido fechado e foi informado que não seria mais possível. Paulo Cesar se irritou e deu um soco em Mateus, que revidou a agressão.

Imagens das câmeras de segurança do estabelecimento também mostram o sargento entrando na loja com uma arma na mão e indo até a área de trabalho da lanchonete, segundo testemunhas, foi quando ele atirou no rapaz.

A bala atingiu o rim esquerdo e o intestino grosso de Mateus, que sobreviveu, mas precisou passar por cirurgias e ficou com sequelas. Ele foi aposentado por invalidez e a mãe teve que largar o trabalho para cuidar dele. Na avaliação do advogado de Mateus, João Tancredo, a sentença foi justa.

No processo, Paulo Cesar disse que o tiro foi dado de forma acidental e justificou o disparo por conta do consumo de bebida alcoólica, remédios controlados, problemas na vida pessoal e por ter sofrido uma ofensa homofóbica por parte de Mateus.

O sargento está preso desde maio do ano passado em uma unidade prisional do Corpo de Bombeiros. O juiz Gustavo Kalil manteve a prisão e decretou a perda do cargo de bombeiro. A determinação, no entanto, só poderá ser cumprida depois de esgotados todos os recursos.

O McDonalds Brasil foi procurado sobre as declarações do advogado de Mateus, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.