STF torna ré a deputada federal Carla Zambelli

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu tornar ré a deputada federal Carla Zambelli, do PL - SP, por porte e constrangimento ilegal por arma de fogo.

Na véspera do segundo turno das Eleições de 2022, Zambelli perseguiu e ameaçou o jornalista Luan Araújo, após trocarem provocações em torno dos candidatos às eleições presidenciais, em uma rua em São Paulo.

A Procuradoria-Geral da República denunciou a deputada após o fato, afirmando que ela utilizou uma arma ilegalmente colocando em risco não só o jornalista, mas como toda a coletividade.

No processo, a defesa da deputada disse que o fato não tinha conexão com mandato da deputada e que a vítima teria iniciado e provocado os acontecimentos. Além de a deputada ter dado legítima resposta às provocações com objetivo de prender ou conduzir o jornalista até a polícia.

O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, votou pelo recebimento da denúncia, alegando que há evidências suficientes para abertura de ação penal contra Zambelli. Ele foi acompanhado da ministra Carmen Lúcia e dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Edson Fachin e Luiz Roberto Barroso.

Até o momento, a divergência foi apenas do ministro André Mendonça, que alegou que o caso não é competência do STF, por não ter relação com atividade parlamentar de Carla Zambelli.

O julgamento acontece em plenário virtual até 21 de agosto. Faltam votar os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Nunes Marques e a presidenta do tribunal Rosa Weber.

A decisão do STF ocorre na semana em que Carla Zambelli é alvo de denúncias do hacker Walter Delgatti por ter o contratado para fraudar, a mando de Bolsonaro, os sistemas da justiça eleitoral.

Procurada, a defesa da deputada disse que no momento não irá comentar a decisão do STF.