A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) recebeu, nesta quarta-feira o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Caiado foi ouvido em audiência pública a pedido do deputado Gustavo Gayer, do PL de Goiás, sob o argumento de que o estado goiano, marcado pelo agronegócio, não conta com ocupações do MST.
Em sua fala inicial, Caiado opinou que o MST perdeu o sentido, levantou dúvidas sobre o financiamento da entidade e citou o exemplo dos assentamentos de seu estado.
Instalada no último dia 18, a CPI do MST avalia supostas irregularidades do movimento, mas é vista pela base governista como uma forma de criminalizar a reforma agrária e o movimento.
O embate entre os dois lados marcou a audiência desta quarta. A deputada Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, rebateu acusações e apontou o trabalho desenvolvido em assentamentos do MST.
A sessão chegou a ser interrompida por uma mulher não identificada, que protestou durante a fala do govenador Caiado, e foi retirada do plenário pela polícia legislativa a pedido do presidente da CPI, tenente-coronel Zucco, do Republicanos do Rio Grande do Sul.
Nesta terça-feira, outra audiência da CPI também foi tumultuada. Uma ex-integrante do MST afirmou que as famílias que viviam no local eram usadas como 'massa de manobra', trabalhavam sem remuneração e eram punidos caso não obedecessem às normas impostas.
No entanto, a convidada se ausentou no meio do debate, por sugestão do presidente da CPI, quando deputados do PT iniciaram as perguntas. Gleisi Hoffmann pediu que a audiência fosse anulada, porque a convidada não prestou juramento de dizer a verdade e acusou terceiros de crimes sem apresentar provas.
Agência Brasil / Por Daniella Longuinho - repórter da Rádio Nacional - Brasília / Edição: Raquel Mariano / Beatriz Albuquerque - 31/05/2023 19:45:09. Última edição: 31/05/2023 19:45:09