Ministra diz que Brasil do futuro precisa responder dívidas do passado
Em um longo discurso, a nova ministra Anielle Franco chamou a atenção para a necessidade de fortalecer políticas de reparação da dívida histórica do país com o povo negro.
A ministra Sônia Guajajara assumiu nesta quarta-feira o Ministério dos Povos Indígenas e Anielle Franco, o Ministério da Igualdade Racial.
Em uma cerimônia bem diferente das que estamos acostumados a ver em solenidades do Palácio do Planalto, a ministra Sônia Guajajara assumiu nesta quarta-feira o Ministério dos Povos Indígenas e Anielle Franco, o Ministério da Igualdade Racial.
© Valter Campanato/ Agência Brasil
As novas ministras e o presidente Lula foram recebidos ao som de um grupo de Afoxé. Os tambores deram o tom da entrada.
O hino nacional foi entoado em Ticuna, uma língua indígena.
Pela primeira vez, indígenas e seus cantos e rituais foram protagonistas de uma cerimônia em um salão nobre do Palácio do Planalto, que estava completamente lotado.
Um momento simbólico para a democracia brasileira, que emocionou os presentes.
Anielle Franco, que vai comandar o Ministério da Igualdade Racial, é jornalista e professora, ativista feminista e antirracista. Ela é uma das criadoras do Instituto Marielle Franco, fundada após o homicídio da irmã, a então vereadora no Rio de Janeiro, em 2018.
Anielle chorou ao lembrar de Marielle, em seu discurso a professora defendeu temas como o combate ao racismo e à violência contra população negra.
Já Sônia Guajajara é a primeira deputada federal indígena eleita pelo estado de São Paulo, e também a primeira indígena ministra do Brasil. Por sua luta pelo reconhecimento dos direitos dos povos indígenas, em maio do ano passado foi eleita pela revista norte-americana Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.
A nova ministra anunciou a volta do Conselho Nacional de Política Indigenista, criado no governo Dilma. Ela afirmou que os povos originários vivem uma crise humanitária no Brasil. Citou como causas as invasões de territórios, o desmatamento, o garimpo ilegal, a falta de assistência adequada em saúde e saneamento. A nova ministra também criticou o estereótipo criado do povos indígenas.
Após as posses, o presidente Lula assinou a sanção presidencial do projeto de lei que tipifica injúria racial como crime de racismo.
Agência Brasil / Por Kariane Costa - Repórter da Rádio Nacional - Brasília / Edição: Roberto Piza / Beatriz Arcoverde - 12/01/2023 00:15:06. Última edição: 12/01/2023 00:15:06
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Em um longo discurso, a nova ministra Anielle Franco chamou a atenção para a necessidade de fortalecer políticas de reparação da dívida histórica do país com o povo negro.
A ministra dos Povo Indígenas citou como causas, entre outras, as invasões de territórios, o desmatamento, o garimpo ilegal, a falta de assistência adequada em saúde e saneamento.
Para serem aprovados em definitivo, ambos precisam obter ao menos 41 votos entre os 81 senadores. Sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado durou mais de 10 horas.
Projeto de lei de autoria do ex-juiz apresentado em 2009 defende permanência de 11 anos dos ministros da Suprema Corte.