Lula defende punição severa a agressores de Alexandre de Moraes
Presidente disse que agressões renasceram no neofascismo colocado em prática no Brasil. "Vamos ser muito duro com essa gente, para eles aprenderem a voltar a ser civilizados”.
Presidente concedeu coletiva ao final da cúpula, em Bruxelas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou como “extremamente exitosas” as reuniões entre lideranças latino americanas e europeias, ocorridas esta semana durante a 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), em Bruxelas, na Bélgica.
© Ricardo Stuckert/PR
“De todas as que participei com a União Europeia, esta foi a mais exitosa”, disse o presidente ao ressaltar o interesse de dimensão inédita do bloco europeu em estabelecer parcerias com os países da América Latina.
“O fato de ter a participação de 60 países demonstrou de forma inequívoca o interesse da Europa de voltar seus olhos para a América Latina. Poucas vezes vi tanto interesse político e econômico dos países da União Europeia para com a América Latina. Possivelmente pela disputa dos EUA e China; possivelmente pelos investimento da China na África e na América Latina; possivelmente pela nova rota da seda; possivelmente pela guerra [entre Rússia e Ucrânia]”, disse o presidente em coletiva de imprensa, pouco antes de embarcar de volta ao Brasil, com escala em Cabo Verde.
Segundo Lula, o “dado concreto” é que a UE demonstrou “muito" interesse em voltar a fazer investimentos, a ponto de anunciar € 45 bilhões em investimentos no continente. “E, em documento, eles reafirmam intenção em ajudar a financiar os US$ 100 bilhões para se combater o desmatamento nas florestas”, acrescentou.
O presidente brasileiro destacou que, durante as conversas, ficou claro que o Brasil vive um outro momento e que está voltando a fazer política internacional, "voltando a ocupar seu papel de protagonista”.
“E quando se trata da questão da bioeconomia e da mudança na matriz energética, o Brasil é imbatível e levado muito a sério. Não vamos jogar fora essa oportunidade”, disse.
“A parte do mundo que pode produzir o hidrogênio verde que a Europa precisa é exatamente a nossa querida América do Sul. Saio daqui feliz porque conseguimos um intento muito grande, que foi restabelecer de forma madura as negociações com a União Europeia.”
Sobre o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), Lula disse que há interesse, por parte do bloco, de um eventual processo de reindustrialização, mas com "exigência".
"Nossa exigência é a de sermos exportadores de manufaturados e coisas com mais valor agregado, de modo a gerar mais empregos qualificados. Por isso, não abrimos mão das compras governamentais, que são instrumento de desenvolvimento interno adotado por países como EUA e países europeus”, acrescentou ao lembrar que, em governos anteriores, essa estratégia acabou por favorecer a indústria naval brasileira.
O presidente defendeu que algo parecido seja feito com a indústria da saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Não há país com mais de 100 milhões de habitantes que tenha um programa de saúde universal como o SUS. Portanto, temos de aproveitar um programa dessa magnitude e o potencial de compra que tem o SUS para desenvolvermos internamente no Brasil uma indústria da saúde”, argumentou.
Lula reiterou críticas às condições do bloco europeu para uma aproximação com o Mercosul citando a carta adicional apresentada pela UE no final de junho, na Cúpula para Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, na França.
“Foi uma carta agressiva, que nos ameaçava com punições, caso não cumpríssemos determinados requisitos ambientais. A gente respondeu que dois parceiros estratégicos não discutem com ameaças, mas com propostas”.
Segundo o presidente, o Brasil preparou um texto base com uma resposta, que será discutido com os demais países do bloco sul-americano.
Lula avalia que a UE “vai concordar tranquilamente” com a resposta do Mercosul e disse que o texto da carta adicional “possivelmente foi feito por alguém achando que, fazendo pressão, iríamos ceder”.
“Mas não vamos ceder porque, primeiro, pouca gente no mundo pode falar [mais] de energia limpa limpa ou preservação do que a gente. Temos um compromisso histórico e de campanha, de que vamos, até 2030, acabar com o desmatamento na Amazônia. Esse é um compromisso nosso, do governo brasileiro”, acrescentou ao cobrar que as outras partes atuem para cumprir o compromisso de doar os US$ 100 bilhões para a manutenção das florestas.
Ampliação do texto encerrada às 10h28
Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil - Brasília / Edição: Denise Griesinger - 19/07/2023 11:25:19. Última edição: 19/07/2023 11:25:19
Presidente disse que agressões renasceram no neofascismo colocado em prática no Brasil. "Vamos ser muito duro com essa gente, para eles aprenderem a voltar a ser civilizados”.
Presidente brasileiro concedeu entrevista ao final da 3ª cúpula dos dois blocos, que ocorreu em Bruxelas, na Bélgica. Presidente embarcou de volta ao Brasil.
Para serem aprovados em definitivo, ambos precisam obter ao menos 41 votos entre os 81 senadores. Sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado durou mais de 10 horas.
Projeto de lei de autoria do ex-juiz apresentado em 2009 defende permanência de 11 anos dos ministros da Suprema Corte.