Randolfe afirma que coronel Lawand foi orientado na CPI

O coronel do Exército, Jean Lawand Júnior, levou à Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de janeiro, nesta terça-feira, uma caderneta com anotações para direcionar seu depoimento como testemunha.

© José Cruz/ Agência Brasil

E uma fotografia publicada pelo jornal Folha de Sao Paulo revelou seu conteúdo. No papel estava escrito: "se alimentar, não aloprar, não gesticular, sem cagoete, não perca emoções, oração, cara serena". Para o senador Randolfe Rodrigues, atualmente sem partido, o coronel foi orientado a não falar sobre o apoio a tentativa de golpe.

Em resposta, Lawand Júnior afirmou que a anotação não se referia ao ato de 'não delatar', pois o certo seria 'não cacoete', que significa não ter tique nervoso.

Convocado como testemunha após aparecer em troca de mensagens de WhatsApp com o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid, Jean Lawand afirmou que não participou de movimento golpista.

Ao fim da sessão, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia, do União da Bahia, afirmou que achou o depoimento inverossímil, ou seja, que não parece verdadeiro.

A senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, afirmou que o coronel Lawand Júnior mentiu, mas que respeitava a posição do presidente da CPMI de não ter pedido a prisão do depoente.

Na próxima terça-feira, dia 04 de julho, a CPMI vai ouvir o tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com investigações da Polícia Federal, mensagens capturadas com autorização judicial do celular de Cid evidenciam que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro reuniu documentos para tentar dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado.

A relatora da comissão espera votar na quinta-feira, 06 de julho, requerimentos como de quebra de sigilos. Os parlamentares ficarão de recesso entre os dias 18 e 31 de julho.