Saúde

Anvisa cancela registro do medicamento Adakveo

Ele é usado para tratar doença falciforme

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou o registro do medicamento Adakveo (crizanlizumabe), indicado para reduzir a frequência de crises vaso-oclusivas em pacientes com 16 anos ou mais, diagnosticados com doença falciforme. Em nota, a Anvisa informou que o registro foi cancelado por falha na comprovação da eficácia do produto.  

Anvisa cancela registro do medicamento Adakveo
© Marcelo Camargo/ Agência Brasil

“A falha foi observada no acompanhamento do TC [Termo de Compromisso], firmado entre a empresa e a Anvisa na época da concessão do registro sanitário. A decisão levou em consideração tanto a análise da documentação técnica apresentada, como reuniões com a empresa e consulta à Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular”, explicou a agência.  

Acrescentou que “o processo foi realizado de forma transparente, sendo considerado o posicionamento de todos os atores envolvidos”. 

No comunicado, a Anisa destacou que, de forma similar, o Comitê dos Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia de Medicamentos, após avaliação do mesmo produto, concluiu que os benefícios do crizanlizumabe não superam seus riscos e recomendou a revogação da autorização condicional de comercialização de Adakveo.  

Em agosto, a Comissão Europeia endossou a decisão do comitê e revogou a autorização condicional de comercialização do medicamento na União Europeia. 

Orientações aos pacientes 

A Anvisa informou que, para os pacientes que ainda estejam recebendo o medicamento fornecido gratuitamente pelo fabricante, a decisão sobre continuar ou não o tratamento deve ser tomada pelos médicos com o consentimento dos pacientes, a partir da avaliação da relação benefício-risco na indicação terapêutica para a qual o remédio está sendo utilizado. 

Os chamados programas assistenciais de uso compassivo e acesso expandido são regulamentados pela Anvisa e permitem o fornecimento gratuito de medicamento, ainda em fase de estudo clínico, pelas empresas patrocinadoras, para tratamento de pacientes com doenças debilitantes graves ou que ameacem a vida e sem alternativa terapêutica satisfatória com produtos registrados. 

“O cancelamento do registro não impede que a empresa, caso obtenha dados clínicos favoráveis que comprovem a eficácia, protocole novamente o pedido de registro para avaliação técnica da Anvisa”, concluiu a agência. 

 

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil - Brasília / Edição: Kleber Sampaio - 30/10/2023 10:50:17. Última edição: 30/10/2023 10:50:17

Tags: Anvisa Adakveo Crizanlizumabe

Leia também:

MG: ministério investiga morte de crianças por suspeita de bactéria

MG: ministério investiga morte de crianças por suspeita de bactéria

Pelas informações recebidas até agora, não há evidências que conectem o Streptococcus pyogenes aos óbitos. Equipe técnica está em São João del-Rey desde sexta-feira.

Organização Mundial do AVC alerta que 90% dos derrames são preveníveis

Organização Mundial do AVC alerta que 90% dos derrames são preveníveis

Especialista explica que reconhecer os sinais de um AVC e buscar tratamento rapidamente não apenas salva a vida do paciente, mas amplia suas chances de recuperação.

Fiocruz lança cartilha e campanha de saúde em favela 

Fiocruz lança cartilha e campanha de saúde em favela 

Publicação marca início de uma companha de enfrentamento ao racismo em favelas e unidades clínicas dentro das comunidades, no Rio. As primeiras são Vila Cruzeiro, Jacarezinho, Vila Kennedy e Mangueirinha.

São Paulo tem mutirão de ablação para combate de tumores

São Paulo tem mutirão de ablação para combate de tumores

A ablação para combate aos tumores funciona da seguinte forma: durante o procedimento, uma agulha ou sonda é inserida no local onde há o tumor, e com o uso de ondas de radiofrequência, as células cancerígenas são destruídas de forma precisa.

Este site usa cookies para fornecer serviços e analisar o tráfego. Saiba mais. Ok, entendi