Polícia Federal vai investigar assassinato de quilombola na Bahia
PF também apura a morte do filho de Maria Bernadete, Binho do Quilombo, assassinado em 2017. Inquéritos estão em sigilo.
Articulação deseja ao menos alterar pontos "mais negativos"
Após o projeto do Marco Temporal Indígena avançar no Senado nessa semana, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) avalia que o governo federal deve aumentar a pressão sobre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP), para tentar impedir a aprovação do projeto de lei ou, ao menos, alterar pontos considerados mais negativos pelas organizações indígenas.
© Joédson Alves/ Agência Brasil
“Poderia ter algumas articulações mais intensas no sentido de pressionar, em especial, tanto Rodrigo Pacheco, quanto Alcolumbre”, afirmou o assessor jurídico da Apib, Maurício Terena.
Segundo a liderança indígena, é preciso que Alcolumbre indique um relator ou relatora “minimamente razoável” para tratar do tema na CCJ. Em relação a Pacheco, o assessor da Apib diz que é preciso que o projeto tramite também ou na Comissão de Direitos Humanos ou na de Meio Ambiente do Senado.
“Porque pelo que está se desenhando os povos indígenas vão ficar na mão da Comissão de Agricultura que é formada, basicamente, por ex-ministros de Bolsonaro e que têm ligação tendenciosa com o agronegócio”, opinou Terena. A previsão é que o projeto tramite apenas na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e na CCJ, antes de ir ao plenário.
Procurado pela Agência Brasil, o líder do governo no Senado Jaques Wagner (PT-BA) informou que está buscando, pelo diálogo, um caminho para resolver o problema do marco temporal. Uma reunião nesta sexta-feira entre integrantes do governo e da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) irá debater o tema.
“A reunião nesta sexta-feira é o primeiro passo. Esperamos que o bom debate prospere e que cheguemos a um consenso mínimo sobre o assunto”, destacou Wagner.
Já o líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), em entrevista à TV Senado, opinou que “este é um tema que deve ser exaurido ao máximo aqui no Senado, não pode ser votação à supetão”. Randolfe acrescentou que vão fazer “todo debate necessário”.
Nessa semana, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) apresentou na CRA o parecer favorável ao texto que chegou da Câmara. A votação na Comissão de Agricultura foi marcada para próxima quarta-feira (23). Se aprovado, o texto segue para a CCJ, presidida por Alcolumbre.
Terena afirma que o parecer prejudica os interesses indígenas. “Ela não levou em consideração nenhuma das diversas sugestões que fizemos nas reuniões que a gente teve com ela”, revelou. Até a publicação desta matéria, sete emendas haviam sido apresentadas para mudar o texto, todas da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), parlamentar considerada pelos indígenas como sensível às demandas dos povos originários.
Aprovado na Câmara em maio deste ano, o projeto do Marco Temporal Indígena estabelece, entre outras mudanças, que os povos originários só poderão reivindicar territórios que estavam ocupados no momento da promulgação da Constituição, em outubro de 1988.
Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - Brasília / Edição: Aline Leal - 18/08/2023 16:25:53. Última edição: 18/08/2023 16:25:53
Tags: Marco Temporal Indígena APIB
PF também apura a morte do filho de Maria Bernadete, Binho do Quilombo, assassinado em 2017. Inquéritos estão em sigilo.
“Segundo as provas existentes, os denunciados conheciam previamente os riscos e aderiram de forma dolosa ao resultado criminoso previsível, omitindo-se no cumprimento do dever".
Para serem aprovados em definitivo, ambos precisam obter ao menos 41 votos entre os 81 senadores. Sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado durou mais de 10 horas.
Projeto de lei de autoria do ex-juiz apresentado em 2009 defende permanência de 11 anos dos ministros da Suprema Corte.