Economia

Câmara aprova projeto que retoma voto de desempate do governo no Carf

Retorno deve trazer aos cofres da União cerca de R$ 50 bi já este ano

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta sexta-feira (7), o texto-base do Projeto de Lei (PL) 2.384/23 que restaura o voto de desempate do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O voto de desempate foi invertido a favor do contribuinte em abril de 2020 pela Lei 13.988/20. Os deputados votam agora os destaques ao texto.

Câmara aprova projeto que retoma voto de desempate do governo no Carf
© Lula Marques/ Agência Brasil

Segundo a equipe econômica, o retorno do voto de qualidade deve trazer aos cofres na União cerca de R$ 50 bilhões apenas neste ano.

O Carf é a segunda instância de julgamento dos processos administrativos referentes à constituição do crédito tributário administrado pela Receita Federal do Brasil, tendo composição paritária entre representantes dos contribuintes e da Fazenda Nacional.

O projeto prevê que, em casos de empate nas votações do órgão, cabe voto de qualidade ao presidente do Carf, função que deve ser ocupada por representante da Fazenda Nacional.

Em janeiro, o governo publicou medida provisória que devolve ao governo o voto de desempate em decisões do Carf, tribunal administrativo que define disputas entre contribuintes - geralmente grandes empresas - e a Receita Federal. Sem ser votada a tempo pelo Congresso, a MP perdeu a validade em 1º de junho e foi substituída pelo projeto de lei votado nesta sexta-feira.

Em seu parecer, o relator do projeto, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), acatou parcialmente o acordo dentre o governo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o retorno do voto de desempate. A proposta foi encaminhada pela entidade para isentar de multa e de juros o contribuinte (geralmente grandes empresas) derrotado pelo voto de desempate do governo nos julgamentos do órgão.

As empresas derrotadas pelo voto de desempate do governo ficariam isentas da multa, pagando apenas a dívida principal e os juros. Caso a empresa pague o débito em até 90 dias, os juros também serão cancelados. Além disso, o Fisco não representará o contribuinte ao Ministério Público por crime tributário. Essa exclusão valerá para os casos já julgados pelo Carf e ainda pendentes de análise de mérito pelo Tribunal Regional Federal competente na data da publicação da futura lei.

A dívida principal poderá ser dividida em até 12 parcelas, com as empresas abatendo prejuízos de anos anteriores, por meio de créditos da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). Caso o contribuinte recorra à Justiça, volta a cobrança de multa e de juros.

"Em que pese a relevância da presença de representantes dos contribuintes no Carf, nos parece que, em caso de impasse no julgamento, a própria administração tributária deve ter maior protagonismo na fixação do entendimento administrativo relativo à interpretação da legislação tributária e à capitulação do fato imponível”, disse o relator. “Registre-se, nesse sentido, que, caso não concorde com a exação, o contribuinte tem a possibilidade de acionar o Poder Judiciário, faculdade que não é conferida à administração, salvo em casos muito particulares”, acrescentou Beto Pereira.

Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - São Luís / Edição: Nádia Franco - 07/07/2023 18:30:17. Última edição: 07/07/2023 18:30:17

Tags: Câmara Dos Deputados Carf Voto De Desempate

Leia também:

Produção de veículos aumenta 3,7% no primeiro semestre

Produção de veículos aumenta 3,7% no primeiro semestre

Total de unidades produzidas chegou a 1,13 milhão, ante 1,09 milhão do mesmo período do ano passado. De maio para junho, no entanto, produção caiu 17%.

Vendas de veículos leves cresceram 14% em junho, aponta Alckmin

No dia 30 de junho deste ano foram emplacados no Brasil 27 mil veículos. O maior número já registrado para um único dia no país.

BNDES vai destinar recursos para agricultura sustentável na Amazônia

BNDES vai destinar recursos para agricultura sustentável na Amazônia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai destinar até R$ 336 milhões do Fundo Amazônia para promover a agricultura de base sustentável e a alimentação escolar saudável na região.

Petrobrás arremata 29 blocos em regime de concessão em leilão da ANP

Petrobrás arremata 29 blocos em regime de concessão em leilão da ANP

Com isso, a empresa petroleira estatal ampliou seu portfólio atual, que atualmente conta com 47 blocos. Nesta quarta-feira, foram arrematados 192 blocos, em leilão do governo federal, com compromissos de investimento mínimos de R$ 2 bilhões.

Este site usa cookies para fornecer serviços e analisar o tráfego. Saiba mais. Ok, entendi