Segurança

Relatório revela crise humanitária no sistema prisional do RN

A situação dos presídios no Rio Grande do Norte continua marcada por “maus tratos, tratamentos cruéis, desumanos, degradantes, tortura física e psicológica”. O cenário é relatado pelo Mecanismo Nacional de Prevenção à Tortura

A situação dos presídios no Rio Grande do Norte continua marcada por “maus tratos, tratamentos cruéis, desumanos, degradantes, tortura física e psicológica”. 

Esse é o cenário relatado pelo Mecanismo Nacional de Prevenção à Tortura no mais recente relatório sobre o sistema prisional potiguar, divulgado nesta quarta-feira (23), após visitas a cinco presídios do estado em novembro de 2022. São os mesmos problema citados pelo órgão em outros relatórios sobre o Rio Grande do Norte.

Falta de água potável, comida estragada, falta de acesso a kits para higiene pessoal, castigos e torturas. Essa é avaliação de Barbara Coloniese, perita do Mecanismo Nacional, sobre a situação encontrada no sistema prisional potiguar.  Ela ressalta as marcas de violência encontrada nas celas.

A situação dos ataques das organizações criminosas, nos últimos dias, em cidades potiguares, tem relação direta com a situação nos presídios, como indica o Ministério Público estadual.

Para o Mecanismo Nacional de Prevenção à Tortura, as unidades prisionais inspecionadas são ambientes que funcionam como depósito de pessoas, com viés unicamente punitivista.

A perita Barbara Coloniese ressalta a necessidade de garantir dignidade para as pessoas que estão presas,em busca de ressocialização.

Segunda a perita, os detentos ainda sofrem retaliações quando denunciam a situação nos presídios.

O relatório ainda traz 138 recomendações ao sistema de justiça, governo estadual e federal para a reversão do quadro, que considera grave, de crise humanitária no sistema prisional do Rio Grande do Norte.

Uma das medidas sugeridas ao governo federal é a revogação da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, pelas denúncias de violência contra os presos.

Ao governo do Rio Grande do Norte, o relatório recomenda medidas como concurso para policiais penais, capacitação e reciclagem em relação aos direitos humanos e implementação de câmeras corporais nos agentes.

 Ainda é pedida a correção nas falhas de alimentação, na garantia de higiene e no acesso à saúde, educação e trabalho dos presos.

O governo do Rio Grande do Norte informou, em nota, que recebeu os peritos do Mecanismo Nacional de Combate à Tortura em novembro de 2022. Diz que tomou medidas para controle de qualidade da alimentação entregue nos presídios, adequação do número de vagas nas unidades e assumiu compromisso de repudiar quaisquer atos que violem a dignidade da pessoa humana, adotando as providências necessárias. 

A reportagem aguarda um posicionamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça. 

Agência Brasil / Por Gésio Passos - Repórter Rádio Nacional - Brasília / Edição: Roberto Piza / Alessandra Esteves - 23/03/2023 21:55:37. Última edição: 23/03/2023 21:55:37

Tags: Sistema Prisional Rio Grande Do Norte Presídios Presos Crise Humanitária

Leia também:

Número de homicídios no Rio de Janeiro sobe em fevereiro

A letalidade violenta no estado do RJ subiu mais uma vez em fevereiro, passando de 400 mortes. Esse indicador reúne os casos de homicídio doloso, roubo seguido de morte, lesão corporal seguida de morte e morte por intervenção de agente do estado.

Após ataques, cidades do Rio Grande do Norte tentam voltar à rotina

Depois de nove dias de ataques criminosos no Rio Grande do Norte, registros de ocorrências seguem diminuindo.

Operação bloqueia R$ 11,7 milhões por desvios em contratos na pandemia

Operação bloqueia R$ 11,7 milhões por desvios em contratos na pandemia

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Maranhão e no Piauí. As licitações em que foram constatadas fraudes se destinaram ao enfrentamento à covid-19.

Número de homicídios no DF em novembro é o menor em 20 anos

Número de homicídios no DF em novembro é o menor em 20 anos

Foram 17 ocorrências contra 21 no mesmo mês de 2022. No acumulado de janeiro a novembro deste ano, também houve redução de 8,5%, em comparação com o ano passado.

Este site usa cookies para fornecer serviços e analisar o tráfego. Saiba mais. Ok, entendi